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Preço da água, constatação da falácia

Paga, Mortaguense, paga!!
Paga, mas acorda…
É que uma promessa falhada (que se sabia que ia falhar, que nós avisámos que ia falhar) não se corrige com outra promessa embrulhada em culpas alheias e em declarações com ar compenetrado ao jeito de “desta vez é que é mesmo, agora é que há condições para isso”…
Paga por enquanto, Mortaguense, na certeza de que na água como em muitas outras coisas, a mudança é possível e há-de chegar!…


Em Dezembro de 2018 intervim em sede desta mesma Assembleia Municipal em relação ao anúncio eleitoral da descida do preço da água, garantida por palavras expressas do Sr. Presidente da Câmara que não nos cansamos de repetir:
“O que vos posso garantir é que tudo isto vai culminar no mínimo com uma redução de pelo menos 25% no preço da água”

Palavras estas ditas em pleno período eleitoral, quando o Sr. Presidente não tinha competência para o fazer.

Na altura o grupo parlamentar do Partido Socialista, como se pode constatar em ata, dissecou a famosa medida e chegou à conclusão de que era enganosa e prejudicial para os Mortaguenses, pois existiria uma descida no primeiro escalão, mas que era logo absorvida pelo preço nos escalões seguintes, o que se traduziria até em alguns casos no aumento do preço, tendo em conta que a média de consumo da região se situava entre os 2ºs e 3ºs escalões.
Mais, alertámos que o preço da água iria aumentar de sobremaneira para as IPSS’s, para as juntas de Freguesia, e para o Município, num aumento que ultrapassaria aos 200%!

O Sr. Presidente, um ano depois, mais precisamente em 21/12/2018, a desresponsabilizar-se do anuncio pré-eleitoral, respondeu que “não tinha qualquer responsabilidade quanto ao que foi afirmado, o contrato foi renegociado, e que somente a partir dos próximos meses é que se poderia tirar conclusões quanto à diminuição do custo do preço da água”.
Ora, exatamente por não ter responsabilidade quanto ao que foi afirmado, não podia de todo ter feito o anúncio que fez. O Sr. Presidente enganou deliberadamente os Mortaguenses.

Pois bem, os meses já passaram. E agora Sr. Presidente, que desculpa tem para o facto de se estar a consumir menos água em Mortágua e a pagar-se muito mais?

Como explica aos Mortaguenses que por um acordo que, ao contrário do que o Sr. Presidente afirmou, é da sua responsabilidade, simplesmente porque foi o Sr. Presidente que garantiu a todos os Mortaguenses que iriam pagar menos 25% de água, os mesmos Mortaguenses no global estão a pagar ainda mais? – sendo que os únicos beneficiários da famosa renegociação foram a empresa “Águas do Planalto” e, ao que nos concerne, o Sr. Presidente, pois teve oportunidade de efetuar um anúncio que muito jeito lhe deu em campanha eleitoral.

Mais ainda, na última reunião de Assembleia Municipal o Sr. Presidente deixou no ar a ideia de que estaria novamente na calha um anúncio de uma nova renegociação. Pois bem, o grupo parlamentar do Partido Socialista pede encarecidamente – não engane mais os Mortaguenses com esses anúncios.

Os contratos que estão firmados, por mais vontade política que possamos ter, são impossíveis de renegociar, pois a contraparte nunca o irá permitir. Ao contrário do que afirmou na altura, qualquer modificação requer uma contrapartida, como estamos a verificar no momento com o aumento da faturação da empresa em causa fruto do acordo por si subscrito.

Este município deveria estar a efetuar um trabalho de responsabilidade, apurando as necessidades face aos meios disponíveis, de forma a chegar a 2027 preparado e capacitado para assumir a própria gestão dos recursos hídricos, para que se possa apresentar com uma posição forte numa eventual negociação, tendo em vista um esmagamento dos preços praticados, ou em alternativa, não se subjugar aos interesses instalados e assumir com toda a naturalidade que Mortágua tem capacidade de gerir os seus recursos hídricos.

Nós, no grupo parlamentar do Partido Socialista, temos a plena convicção de que é este o caminho – planear, quantificar, analisar as ameaças e identificar as oportunidades – no fundo estarmos preparados para fazermos do futuro o presente.
Não nos revemos de todo na recorrente escolha deste executivo do não planeamento, de preferir reagir em vez de agir, da tal gestão Facebookiana que abominamos.

Não é este o caminho.

Mortágua, 30 de abril de 2021
Miguel Dias

 

 

 

 

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