Skip to content

A água por água abaixo… (as falsas promessas)

“O que vos posso garantir é que tudo isto vai culminar no mínimo com uma redução de pelo menos 25% no preço da água” (José Júlio Norte, 2017)

Esta garantia foi dada publicamente, olhos nos olhos com os Mortaguenses, pelo Sr. Presidente da Câmara.
Parecia propaganda eleitoral, não havia nada que sustentasse a promessa, e eis-nos aqui chegados ao ponto em que a dura realidade se apresenta:
Os preços da água aumentaram (muito) e para quase todos!!

Descida do Preço da água – a falácia

Resumo da intervenção do grupo parlamentar do Partido Socialista na reunião ordinária da Assembleia Municipal de Mortágua, relativo ao preço da água e às condições de manutenção da rede de captação e distribuição.

Tendo em conta o tempo decorrido desde o anúncio da entrada em vigor da famosa descida da fatura da água por parte do Exmos. Senhores presidentes dos municípios do Planalto Beirão, esta medida,  tal como o grupo parlamentar do Partido Socialista tinha adiantado em vários momentos, mais não foi do que uma medida demagoga e eleitoralista com vista a obter lucros eleitorais.

Infelizmente não ficamos por aqui e vamos chegar ainda a uma conclusão mais avassaladora. Se não analisemos a famosa  descida de 27%:

Efetivamente existe uma descida no primeiro escalão, que consiste no consumo que as famílias efetuam, de 1 a 5 metros cúbicos, o que origina uma poupança máxima de 1,17€.

Mas acontece que nos Municípios do Planalto Beirão, o valor médio de consumo de 90% dos consumidores particulares situa-se  entre os 7 e os 22m3, valores esses que se encontram entre o 2º e 3º escalão.

Apesar da descida do 1º escalão ser substancial, esta descida é absorvida de forma quase total pelo  aumento no preço dos 2ºs e 3ºs escalões, embora com alargamento de escalões, a diminuição nunca atinge os famosos “25% ou mais” como foi anunciado. Muito pelo contrário, estamos sempre a falar em valores residuais, como por exemplo, quem consuma 10m3, poupa uns fabulosos 34 cêntimos!!! Quem consumir  18m3 falamos de 3,11€ de poupança.

Mas quem consumir 31m3, vai pagar mais 2,46€!

Passando mais uma vez a citar o Sr. Presidente num famoso debate eleitoral:

“O que vos posso garantir é que tudo isto vai culminar no mínimo com uma redução de pelo menos 25% no preço da água”

Palavras fortes mas incautas, pois não correspondem nem nunca vão corresponder à realidade.

Culminado este processo ficámos a conhecer algumas das contrapartidas, porque a empresa Aguas do Planalto não o faria de outra forma.

E quem paga a verdadeira fatura desta medida? São efetivamente  os municípios, as juntas de freguesia e pasme-se caros Mortaguenses, são também as IPSS!!!

Onde anda a consciência social de quem tem este tipo de decisões?!…

O aumento do preço da água para as IPSS é de 12%, instituições que necessitamos de sobremaneira para fazer face aos desequilibrios sociais da nossa sociedade, que chegam onde o nosso estado social não chega, estão a ser mais oneradas por motivos de fazer cumprir uma medida de cosmética eleitoral.

Analisemos agora o valor do aumento para o nosso município e para as juntas de freguesia, passamos de um valor por metro cúbico de água de 0.71€ para um valor de 2.15€, em termos relativos representa um aumento de 201% no custo de água para o munícipio, repito 201%

O valor médio anual de custo de água do município  vai passar de 35.000€ para 100.000€!!!

O mesma subida se verifica no preço do tarifário da água  nas juntas de freguesia, mais uma situação onde não foram tidas em conta, aliás como outras que estão a acontecer neste concelho.

Face a este golpe de teatro que o grupo parlamentar do Partido Socialista não vai esquecer e vai fazer tudo para esclarecer os Mortaguenses sobre os valores reais de mais um negócio “esperto”, continuamos a assistir a um corrente desinvestimento e degradação dos equipamentos do nosso município.

Para corroborarmos esta afirmação questionamos aqui:

  1. O que se passa com a captação de água da Barragem da Aguieira, captação essa completamente destruída com o incêndio de Outubro de 2017, contudo passado mais de um ano nada foi feito?
  2. O que se passa com o Reservatório do Alto das Medas, que há anos continua a não abastecer as redes da Póvoa, Povoínha, Vale de Remígio e Monte Lobos, com impactos significativos na qualidade e quantidade de água distribuída às suas populações?
  3. Porque é que continuadamente ocorre falta de água nos meses de verão na zona alta da Freguesia de Espinho (Quilho, Anceiro e Santa Cristina), sem que nada tenha sido feito para solucionar o problema?
  4. O que se passa com a captação de água de Macieira e Pala, (que apresenta continuadamente uma má qualidade da água nela captada, com borras e água ferrosa) bem como a captação da Aveleira face à qualidade da água que nela é captada?
  5. De quem é a responsabilidade pela manutenção destes equipamentos? E porque é que quem tem esse ónus o não está a fazer?
  6. Esclareça-nos Sr. Presidente, o que é que este executivo tem planeado e orçamentado para fazer face a esta situação que afecta muitos dos nossos munícipes.
  7. Está o município atento aos eventuais incumprimentos decorrentes do contrato de concessão e exploração, nomeadamente ao que está lavrado no artº 2º ponto 4 alíneas b),c),d) e e)?
  8. Está o município a tomar todas as diligências previstas no contrato de ser ressarcido por eventuais incumprimentos?

 

Sendo a distância do centro do concelho já um fator pejorativo para a fixação e consolidação da população, se não zelarmos pelas infra-estruturas existentes, condenaremos as nossas aldeias à desertificação e ao abandono.

Podíamos também falar da rede de estradas do nosso concelho, há reposições de pavimento por fazer há mais de dois anos (como são os casos na Povoínha e na Ribeira). Há buracos por todo o lado, durante o ano de 2018 não foram efectuadas praticamente reposições de asfalto. Efetivamente a adjudicação de fornecimento contínuo de massas asfálticas foi feito em Agosto!

Tudo isto revela um mau planeamento, um descurar das necessidades básicas de manutenção do concelho, enquanto andamos iludidos com investimentos centrais de requalificações de Adros de Igreja e espelhos de água com custos de milhões, num concelho onde ainda recorrentemente falta água potável nos lares de alguns dos seus munícipes ou não faltando, jorra pelas torneiras em tom castanho.

Prioridade às prioridades. Não conte com o grupo parlamentar do Partido Socialista para patrocinar este tipo de situações.

Não conte com o grupo parlamentar do Partido Socialista para aprovar novos acordos obscuros de gestão e manutenção dos recursos do concelho.

Não conte também com o grupo parlamentar do Partido Socialista enquanto as necessidades básicas dos mortaguenses não estiverem supridas.

Não conte connosco também para patrocinar e apoiar investimentos em parques de merendas junto a Estações de Tratamento de Águas residuais obsoletas.

Conte sim com o grupo parlamentar do Partido Socialista para zelar pelos interesses de todos os Mortaguenses. Sem excepção.

 

21/12/2018

 

 

Nota: Este artigo foi publicado no dia 19/7/2020 com data de 22/12/2018.

Esta alteração decorre de estarem a ser lançados nesta data (19/7/2020) todos os artigos referentes às iniciativas passadas e visa permitir que estes sejam visualizados respeitando a ordem cronológica da sua apresentação (na Câmara Municipal e na Assembleia Municipal).

 

Back To Top